terça-feira, 3 de abril de 2012

A Grandeza dos Orixás - Yabás

Oyà - Iansã
Pintado em janeiro de 2012 a giz pastel em papel mitente.
Dimensão: 65x50cm

sábado, 31 de março de 2012

Características

Iansã
Cor: Coral (amarelo)

Fio de Contas: Coral (marrom, bordô, vermelho, amarelo)

Ervas: Cana do Brejo, Erva Prata, Espada de Iansã, Folha de Louro (não serve para banho), Erva de Santa Bárbara, Folha de Fogo, Colônia, Mitanlea, Folha da Canela, Peregum amarelo, Catinga de Mulata, Parietária, Para Raio (Catinga de mulata, Cordão de frade, Gerânio cor-de-rosa ou vermelho, Açucena, Folhas de Rosa Branca)

Símbolo: Raio (Eruexim -cabo de ferro ou cobre com um rabo de cavalo)

Pontos da Natureza: Bambuzal

Flores: Amarelas ou corais

Essências: Patchouli

Pedras: Coral, Cornalina, Rubi, Granada

Metal: Cobre

Planeta: Lua e Júpiter

Dia da Semana: Quarta-feira

Elemento: Fogo

Chacra: Frontal e cardíaco

Saudação: Eparrei Oiá

Bebida: Champanhe

Animais: Cabra amarela, Coruja rajada

Comidas: Acarajé (Ipetê, Bobó de Inhame)

Numero: 9

Data Comemorativa: 4 de dezembro

Sincretismo: Sta. Bárbara, Joana d’arc.

Incompatibilidades: Rato, Abóbora.

Qualidades: Egunitá, Onira, Balé, Oya Biniká, Seno, Abomi, Gunán, Bagán, Kodun, Maganbelle, Yapopo, Onisoni, Bagbure, Tope, Filiaba, Semi, Sinsirá, Sire, Oya Funán, Fure, Guere, Toningbe, Fakarebo, De, Min, Lario, Adagangbará.


As Características Dos Filhos De Iansã

Seu filho é conhecido por seu temperamento explosivo. Está sempre chamando a atenção por ser inquieto e extrovertido. Sempre a sua palavra é que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade. Não admite ser contrariado, pouco importando se tem ou não razão, pois não gosta de dialogar. Em estado normal é muito alegre e decidido. Questionado torna-se violento, partindo para a agressão, com berros, gritos e choro. Tem um prazer enorme em contrariar todo tipo de preconceito. Passa por cima de tudo que está fazendo na vida, quando fica tentado por uma aventura. Em seus gestos demonstra o momento que está passando, não conseguindo disfarçar a alegria ou a tristeza. Não tem medo de nada. Enfrenta qualquer situação de peito aberto. É leal e objetivo. Sua grande qualidade, a garra, e seu grande defeito, a impensada franqueza, o que lhe prejudica o convívio social.
Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.
Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os problemas.
São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal. Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida.
Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais radical ainda que a anterior.
São de Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de sua vida.
Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas, a longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões.
Têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente e podem terminar mais inesperadamente ainda. Se mostram incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que ele mesmo faz contra o ser amado. Enfim, seu temperamento sensual e voluptuoso pode levá-las a aventuras amorosas extraconjugais múltiplas e freqüentes, sem reserva nem decência, o que não as impede de continuarem muito ciumentas dos seus maridos, por elas mesmas enganados. Mas quando estão amando verdadeiramente são dedicadas a uma pessoa são extremamente companheiras.
Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.
Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos para seu círculo mais íntimo.

Lenda de Iansã


Êpa Heyi!

Ogum foi um dia caçar na floresta. Ele ficou na espreita e viu um búfalo vindo em sua direção. Ogum avaliou logo a distância que os separava e preparou-se para matar o animal com a sua espada. Mas viu o búfalo parar e, de repente, baixar a cabeça e despir-se de sua pele. Desta pele saiu uma linda mulher.

Era Iansã, vestida com elegância, coberta de belos panos, um turbante luxuoso amarrado à cabeça e ornada de colares e braceletes. Iansã enrolou sua pele e seus chifres, fez uma trouxa e escondeu num formigueiro. Partiu, em seguida, num passo leve, em direção ao mercado da cidade, sem desconfiar que Ogum tinha visto tudo.

Assim que Iansã partiu, Ogum apoderou-se da trouxa, foi para casa, guardou-a no celeiro de milho e seguiu, também, para o mercado. Lá, ele encontrou a bela mulher e cortejou-a. Iansã era bela, muito bela, era a mais bela mulher do mundo. Sua beleza era tal que se um homem a visse, logo a desejaria. Ogum foi subjugado e pediu-a em casamento. Iansã apenas sorriu e recusou sem apelo. Ogum insistiu e disse-lhe que a esperaria. Ele não duvidava de que ela aceitasse sua proposta. Iansã voltou à floresta e não encontrou seu chifre nem sua pele. "Ah! Que contrariedade! Que teria se passado? Que fazer?" Iansã voltou ao mercado, já vazio, e viu Ogum que a esperava. Ela perguntou-lhe o que ele havia feito daquilo que ela deixara no formigueiro. Ogum fingiu inocência e declarou que nada tinha a ver, nem com o formigueiro, nem com o que estava nele. Iansã não se deixou enganar e disse-lhe:

"Eu sei que você escondeu minha pele e meu chifre.
 Eu sei que você se negará a me revelar o esconderijo
Ogum, vou me casar com você e viver em sua casa.
Mas, existem certas regras de conduta para comigo.
Estas regras devem ser respeitadas, também, pelas pessoas da sua casa.
Ninguém poderá me dizer: Você é um animal!
Ninguém poderá utlizar cascas de dendê para fazer fogo.
Ninguém poderá rolar um pilão pelo chão da casa".

Ogum respondeu que havia compreendido e levou Iansã. Chegando em casa, Ogum reuniu suas outras mulheres e explicou-lhes como deveriam comportar-se. Ficara claro para todos que ninguém deveria discutir com Iansã, nem insultá-la.
 A vida organizou-se. Ogum saía para caçar ou cultivar o campo. Iansã, em vão, procurava sua pele e seus chifres. Ela deu à luz a uma criança, depois um a segunda e uma terceira... Ela deu à luz a nove crianças. Mas as mulheres viviam enciumadas da beleza de Iansã. 
Cada vez mais enciumadas e hostis, elas decidiram desvendar o mistério da origem de Iansã. Uma delas conseguiu embriagar Ogum com vinho de palma. Ogum não pôde mais controlar suas palavras e revelou o segredo. Contou que Iansã era, na realidade, um animal; que sua pele e seus chifres estavam escondidos no celeiro de milho. Ogum recomendou-lhes ainda: "Sobretudo não procurem vê-los, pois isto a amedrontará.
Não lhes digam jamais que é um animal!" Depois disso, logo que Ogum saía para o campo, as mulheres insultavam Iansã:
"Você é um animal! Você é um animal!!"

Elas cantavam enquanto faziam os trabalhos da casa:
"Coma e beba, pode exibir-se, mas sua pele está no celeiro de milho!"
Um dia, todas as mulheres saíram para o mercado. Iansã aproveitou-se e correu para o celeiro. Abriu a porta e, bem no fundo, sob grandes espigas de milho, encontrou sua pele e seus chifres. Ela os vestiu novamente e se sacudiu com energia. Cada parte do seu corpo retomou exatamente seu lugar dentro da pele.

Logo que as mulheres chegaram do mercado, ela saiu bufando. Foi um tremendo massacre, pelo qual passaram todas. Com grandes chifradas Iansã rasgou-lhes a barriga, pisou sobre os corpos e redou-os no ar. Iansã poupou seus filhos que a seguiam chorando e dizendo:
"Nossa mãe, nossa mãe! É você mesma?
Nossa mãe, nossa mãe!! Que você vai fazer?
Nossa mãe, nossa mãe!!! Que será de nós?"
O búfalo os consolou, roçando seu corpo carinhosamente no deles e dizendo-lhes:
"Eu vou voltar para a floresta; lá não é um bom lugar para vocês.
Mas, vou lhes deixar uma lembrança."
Retirou seus chifres, entregou-lhes e continuou:
"Quando qualquer perigo lhes ameaçar,
quando vocês precisarem dos meus conselhos, esfreguem estes chifres um no outro. Em qualquer lugar que vocês estiverem, em qualquer lugar que eu estiver, escutarei suas queixas e virei socorrê-los."

Eis porque dois chifres de búfalo estão sempre no altar de Iansã.

Oriki


Orìkí fún Oya

Ajalaiyé, ajalorin, fún mi ire
Ìba Oya
AJALAIYE AJALORUN, FUN MI GBOGBO IRE
IBA Yansan
Ajalaiye, ajalorun wi wini
Bem ma yansan
Àse

Orìkí para Oya

Os ventos da terra e o céu me dão fortuna boa
Eu elogio o filho da mãe dos nove
Os ventos da terra e o céu me dão fortuna boa
Eu elogio o espírito do vento
Os ventos da terra e o céu são maravilhosos
Sempre haverá a mãe dos nove
Axé